Captar clientes na advocacia é um desafio comum a quem inicia a carreira ou busca crescimento estratégico.
No entanto, a atividade é regulada por normas rígidas do Código de Ética da OAB, que restringem ações promocionais e publicidade direta. Isso não significa que o advogado precise permanecer invisível.
Existem formas permitidas de ganhar visibilidade, atrair clientes e construir autoridade jurídica. A seguir, apresentamos 11 caminhos éticos para desenvolver sua base de clientes.

1. Publique conteúdo jurídico nas redes sociais
O uso profissional de redes sociais como Instagram, LinkedIn e Facebook é permitido, desde que o conteúdo tenha caráter exclusivamente informativo. Publicações que explicam leis, tiram dúvidas comuns ou comentam decisões relevantes são consideradas éticas. O advogado deve sempre incluir nome completo e número da OAB.
Alguns formatos válidos incluem:
- Carrosséis com explicações jurídicas
- Vídeos curtos com análise de mudanças legislativas
- Respostas a dúvidas frequentes da população
O tom deve ser técnico. Frases como “entre em contato” ou “agende sua consulta” não são recomendadas.
2. Crie um site institucional com foco técnico
A presença em site próprio é autorizada pela OAB, desde que voltada à apresentação institucional do advogado ou escritório. O site pode conter currículo, áreas de atuação, artigos jurídicos e formas de contato, sempre com sobriedade.
Evite adjetivos e chamadas comerciais como “o melhor advogado da região”. Prefira frases como “Atuação em Direito Previdenciário – OAB/SP XXXX”. É recomendável manter seção de dúvidas frequentes e blog jurídico para apoiar sua autoridade.
3. Utilize o Google Perfil de Empresa para posicionamento local
A ferramenta do Google permite criar um cartão profissional com endereço, telefone, fotos do escritório e horário de atendimento. O perfil aparece nas buscas locais quando alguém pesquisa por um advogado na sua região.
Use descrições claras como:
- Direito do Trabalho e Previdenciário
- Atendimento com hora marcada
- Escritório localizado no Centro de Recife
Não inclua frases promocionais como “consultas gratuitas” ou “solução garantida”.
4. Escreva artigos jurídicos voltados à população
Publicar artigos em blogs próprios ou em plataformas como JusBrasil é permitido e valorizado. O conteúdo deve ter linguagem acessível e objetivo educativo, abordando temas de interesse público.
Exemplos possíveis:
- “O que fazer após uma demissão por justa causa?”
- “Entenda seus direitos em contratos de aluguel”
- “Diferença entre auxílio-doença e aposentadoria por invalidez”
Esses textos geram autoridade e atraem visitas orgânicas via mecanismos de busca.
5. Participe de eventos, entrevistas e lives com conteúdo técnico
Advogados podem participar de lives, podcasts, palestras e eventos com foco em orientação jurídica. O objetivo deve ser sempre o de prestar esclarecimentos, sem tom comercial ou persuasivo.
Participações recomendadas:
- Lives explicando impactos de novas leis
- Podcasts com debates sobre direito do consumidor
- Webinars sobre aposentadoria ou guarda judicial
A identificação como advogado e a sobriedade na comunicação são essenciais.
6. Envie newsletters jurídicas para contatos que autorizaram o recebimento
O envio de e-mails com atualizações jurídicas é permitido quando há consentimento prévio do destinatário. A base deve ser formada de forma voluntária, sem compra ou coleta ativa de contatos.
O conteúdo pode incluir:
- Novidades legislativas
- Resumos de decisões judiciais importantes
- Materiais informativos sobre áreas atendidas
Evite qualquer sugestão de contato comercial ou oferta de atendimento.
7. Use a Publiko para criar conteúdos informativos nas redes
A Publiko oferece uma solução automatizada para criar posts jurídicos informativos prontos para Instagram e Facebook. A plataforma gera conteúdos técnicos com linguagem compatível às diretrizes da OAB, com poucos cliques.
Vantagens diretas:
- Padronização dos temas jurídicos
- Agendamento de publicações com frequência constante
- Redução do risco de linguagem promocional inadequada
É uma opção prática para manter a presença digital sem comprometer a ética profissional.
8. Ofereça materiais educativos como e-books e checklists
A criação de materiais gratuitos, como guias e checklists, é autorizada quando o conteúdo tem caráter orientativo e não publicitário. Esses materiais podem ser disponibilizados no site ou redes sociais.
Exemplos de e-books permitidos:
- “Entenda seus direitos na aposentadoria por idade”
- “10 pontos para revisar seu contrato de aluguel”
- “Como funciona o pedido de guarda compartilhada”
A distribuição não deve estar condicionada a cadastro com abordagem posterior.
9. Desenvolva parcerias com profissionais de áreas complementares
É permitido manter relações institucionais com outros profissionais, desde que não haja comissionamento. Contadores, psicólogos, assistentes sociais e corretores podem ser aliados importantes na geração de confiança e visibilidade.
Possibilidades de cooperação:
- Webinars conjuntos sobre temas interdisciplinares
- Indicações espontâneas com base técnica
- Eventos informativos abertos ao público
Toda relação deve respeitar os limites da atuação de cada profissão envolvida.
10. Produza vídeos informativos em canal próprio no YouTube
O uso do YouTube para esclarecer dúvidas jurídicas é permitido. Os vídeos devem manter tom técnico e linguagem clara. Não é autorizado o uso de chamadas apelativas nem a exposição de casos com fins de autopromoção.
Temas comuns e bem aceitos:
- “Como solicitar pensão alimentícia?”
- “Quais documentos são exigidos no inventário extrajudicial?”
- “O que é estabilidade provisória no emprego?”
Sempre inclua no vídeo o nome e número de inscrição da OAB.
11. Promova ações educativas com divulgação institucional
Eventos e palestras com finalidade orientativa são aceitos pela OAB. A divulgação deve ser institucional, sem intenção de captação direta. Após o evento, é permitido compartilhar os materiais utilizados e manter o contato profissional aberto.
Exemplos de ações possíveis:
- Palestras em escolas ou associações de bairro
- Ciclos de orientação em sindicatos ou igrejas
- Oficinas sobre direitos trabalhistas ou previdenciários
A prática deve ser documentada e associada a um projeto informativo.
Tabela comparativa: o que é permitido e o que é proibido na captação de clientes na advocacia
Estratégia | Permitida pela OAB? | Observações éticas obrigatórias |
---|---|---|
Site institucional com currículo e áreas | Sim | Sem linguagem promocional; com nome completo e número da OAB |
Postagens informativas em redes sociais | Sim | Com viés educativo; sem chamadas de venda ou promessas |
Impulsionamento de conteúdos educativos | Sim | Permitido desde que o conteúdo seja técnico, informativo e impessoal |
Vídeos explicando leis no YouTube | Sim | Desde que sem autopromoção; deve conter OAB e linguagem sóbria |
Participação em eventos e lives | Sim | Desde que voltados ao esclarecimento jurídico e sem prospecção ativa |
Envio de e-mails com conteúdo técnico | Sim | Necessário consentimento prévio do destinatário |
Divulgação com “promoção de consulta” | Não | Linguagem promocional é vedada |
Promessa de resultado em postagens | Não | Considerado antiético |
Indicação paga ou com comissão | Não | Vedado por infração ao Código de Ética |
Depoimento de cliente com fins comerciais | Não | Mesmo com autorização, não é permitido |
Sim, desde que os anúncios sejam apenas para conteúdo informativo. Não é permitido anunciar serviços diretamente, nem utilizar chamadas comerciais. O texto deve ser técnico, e o link deve levar a conteúdo institucional.
Sim, é permitido disponibilizar o contato do WhatsApp para atendimento. No entanto, não é permitido utilizar esse canal para enviar mensagens em massa ou fazer abordagens ativas.
Não. O termo “consulta gratuita” implica linguagem promocional, o que é vedado. O atendimento pode ser gratuito, mas não deve ser anunciado com esse apelo.
Sim, desde que o conteúdo promovido seja exclusivamente informativo e sem caráter mercantil. Por exemplo, um carrossel explicando uma mudança na lei pode ser impulsionado.
Não. Mesmo que omita o nome do cliente, a exposição de casos pessoais com viés de autopromoção é considerada antiética pela OAB.
A captação de clientes na advocacia exige cautela, adequação às normas da OAB e foco no conteúdo técnico. A atuação profissional no ambiente digital é permitida, desde que respeite os limites da publicidade informativa.
O advogado pode utilizar redes sociais, sites, artigos, eventos e ferramentas específicas para alcançar novos públicos, desde que mantenha sobriedade, ética e o compromisso com o interesse público.
Construir uma presença digital sólida passa pelo domínio técnico e pela entrega de informação de qualidade, sem promover serviços de forma direta. Para facilitar esse processo, o uso de ferramentas como a Publiko pode ser decisivo para manter constância de conteúdo com segurança jurídica e eficiência operacional.